Ao longo da competição, a equipe verde-amarela havia passado sem maiores desafios por seus outros adversários. Um a um, caíram Argélia, as temidas Rússia, Sérvia e Itália, Japão nas quartas-de-final, China na semi e, por fim, os Estados Unidos.
O pior deles foi nas Olimpíadas de 2004, quando teve uma campanha parecida com a de Pequim. Foi à fase final invicta, com apenas quatro sets cedidos até as semifinais. No time, a ponta Mari se destacava. Era novata na seleção, mas uma das preferidas da levantadora Fernanda Venturini.
Na semifinal com a Rússia, veio o rótulo. Com erros sucessivos, quando precisava apenas de um ponto para ir à decisão do ouro (24-19 era o placar no quarto set), o elenco perdeu a chance de uma final inédita. Mari, a mais acionada, foi considerada uma das culpadas.
O técnico Zé Roberto se manteve no cargo e proporcionou à Mari, sempre uma das jogadoras de melhor desempenho nas estatísticas, novas chances de redenção. Após a pressão de 2004, o novo revés no Mundial de 2006 aumentou o drama. Naquela final, a mesma Rússia voltou a atrapalhar o Brasil. A seleção estava a dois pontos de ganhar o título, mas levou a virada das russas.
O que parecia mera coincidência se repetiu em 2007. Já vista como uma das mais fortes no mundo, a seleção não “amarelava” até a fase final das competições. Ganhava os jogos, assumia a posição de favorita ao título, mas depois vinha a decepção. No Pan de 2007, não foi diferente. Depois de atropelar as rivais, o Brasil desperdiçou uma série de match points na decisão contra Cuba. Resultado: medalha de prata em casa.
O título nas Olimpíadas poderá servir, então, para apagar qualquer imagem de derrota do time. Para o técnico, o ouro é uma resposta a uma geração que merecia mais prestígio. “Esse é um dos times mais vencedores de todos os tempos”, disse o técnico Zé Roberto, antes da final contra os Estados Unidos.
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