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Giba pretende seguir na seleção até 2010.
Ao longo da competição, a equipe verde-amarela havia passado sem maiores desafios por seus outros adversários. Um a um, caíram Argélia, as temidas Rússia, Sérvia e Itália, Japão nas quartas-de-final, China na semi e, por fim, os Estados Unidos.
O pior deles foi nas Olimpíadas de 2004, quando teve uma campanha parecida com a de Pequim. Foi à fase final invicta, com apenas quatro sets cedidos até as semifinais. No time, a ponta Mari se destacava. Era novata na seleção, mas uma das preferidas da levantadora Fernanda Venturini.
Na semifinal com a Rússia, veio o rótulo. Com erros sucessivos, quando precisava apenas de um ponto para ir à decisão do ouro (24-19 era o placar no quarto set), o elenco perdeu a chance de uma final inédita. Mari, a mais acionada, foi considerada uma das culpadas.
O técnico Zé Roberto se manteve no cargo e proporcionou à Mari, sempre uma das jogadoras de melhor desempenho nas estatísticas, novas chances de redenção. Após a pressão de 2004, o novo revés no Mundial de 2006 aumentou o drama. Naquela final, a mesma Rússia voltou a atrapalhar o Brasil. A seleção estava a dois pontos de ganhar o título, mas levou a virada das russas.
O que parecia mera coincidência se repetiu em 2007. Já vista como uma das mais fortes no mundo, a seleção não “amarelava” até a fase final das competições. Ganhava os jogos, assumia a posição de favorita ao título, mas depois vinha a decepção. No Pan de 2007, não foi diferente. Depois de atropelar as rivais, o Brasil desperdiçou uma série de match points na decisão contra Cuba. Resultado: medalha de prata em casa.
O título nas Olimpíadas poderá servir, então, para apagar qualquer imagem de derrota do time. Para o técnico, o ouro é uma resposta a uma geração que merecia mais prestígio. “Esse é um dos times mais vencedores de todos os tempos”, disse o técnico Zé Roberto, antes da final contra os Estados Unidos.
- De quatro em quatro anos a gente luta tanto, sofre muito por estar longe das pessoas de quem a gente gosta. Essa medalha de bronze foi muito importante. Há dois dias, a gente sofreu muito, mas sempre há o sol depois de uma derrota – afirma Emanuel.
A vitória e a medalha consagram uma parceria que superou um drama para subir ao pódio. Ricardo, que disputou os jogos tentando se recuperar de uma fratura no tornozelo esquerdo, não deu sinais da lesão. Mostrou a garra de um atleta que coleciona três medalhas em três participações olímpicas: prata em Sydney-2000 (ao lado de Zé Marco), ouro em Atenas-2004 e agora, bronze em Pequim-2008. Em uma cena rara de se ver, com os olhos cheios de lágrimas, ele resumiu o sentimento da dupla.
- Para a gente, esse bronze valeu como ouro. É um momento único. Aqui, tudo se torna eternidade.
A seleção brasileira entrou em quadra tendo o oposto Anderson, de agasalho, apenas como torcedor - ele se recupera de uma torção no tornozelo esquerdo. A Itália não contou com o líbero Corsano, que sofre com problemas físicos, e ainda mandou para o sacrifício o oposto Fei, que se recupera de uma lesão no pé direito.
Com a vitória, a Seleção feminina espantou um trauma de quatro derrotas seguidas em semifinais olímpicas. Em Barcelona-1992, perdeu para a ex-União Soviética. Quatro anos depois, em Atlanta-1996, foi derrotada por Cuba, mesma algoz em Sydney-2000. Já em Atenas-2004, perdeu para a Rússia, em traumática derrota após estar vencendo por 24 a 19, no quarto set, com 2 a 1 no placar.
A partida começou favorável para as chinesas, que rapidamente abriram uma pequena vantagem no placar. A história mudou quando a equipe brasileira encaixou um bloqueio certeiro e igualou as ações. Mas vencer a China, ainda mais em casa, não seria uma tarefa fácil. O set seguiu equilibrado até o momento decisivo, quando Fabiana entrou para reforçar o bloqueio e não decepcionou. Ponto para o Brasil, que fechou o primeiro set com Sheila.
O equilíbrio no segundo set foi reflexo do primeiro, mas quem tinha o comando do placar era o Brasil. No entanto, dois erros seguidos permitiram o empate. Com mais confiança e um bloqueio eficiente, as brasileiras se recuperaram e, mais uma vez, nos último pontos, tiveram mais concentração que as chinesas, que erraram muito. Com quatro set points, o Brasil só conseguiu fechar no terceiro, com um erro de saque adversário.
As chinesas acusaram o golpe sofrido nos dois primeiros sets. A tarefa brasileira foi menos complicada na última etapa. Com relativa tranquilidade, a equipe deu um show e abriu uma vantagem considerável ainda no início. O sonho da primeira final olímpica estava próximo, mas a lição do passado não permitia nenhum tipo de descontração. Aplicadas, as jogadoras brasileiras não decepcionaram dessa vez e, em grande estilo, despacharam as atuais campeãs olímpicas e vão brigar pela medalha de ouro.
Com o resultado e a eliminação de Ana Paula e Larissa nas quartas-de-final, o Brasil fica fora do pódio feminino pela primeira vez desde que o esporte passou a fazer parte das Olimpíadas, em Atlanta-1996.
O Ginásio da Capital estava completamente lotado. A China chegou a apresentar um bom volume de jogo e equilibrou as ações no início. No entanto, a equipe brasileira não demorou para crescer e impor sua superioridade.
Com tranqüilidade, os atuais campeões olímpicos mantinham uma boa vantagem no placar. No fim do primeiro set, Bernardinho colocou em quadra Bruninho e Samuel, comprovando a expectativa de que utilizaria a partida para rodar um pouco mais seus jogadores.
Se atuação brasileira no primeiro set não foi suficiente para acabar com qualquer esperança chinesa, o mesmo não pode ser dito em relação à segunda etapa. O bloqueio do Brasil funcionou, principalmente com Gustavo, e, aliado com a eficiência do ataque, foi o combustível do passeio verde e amarelo.
O último set foi reflexo dos anteriores. Rodrigão entrou para ganhar ritmo e, com clara superioridade, o Brasil manteve o jogo necessário para não levar sustos. Venceu facilmente e espera por um duelo mais equilibrado na próxima partida.
A semifinal entre Brasil e Itália será realizada na próxima sexta-feira. No mesmo dia, pelo outro lado da chave, a Rússia vai enfrentar o vencedor do duelo entre os Estados Unidos e a Sérvia, que jogam ainda nesta quarta-feira.
Agora, as brasileiras recarregam as energias para a próxima fase, que promete outra pedreira. As adversárias serão as australianas Barnett e Cook, que se classificaram após uma vitória suada contra as gregas Koutroumanidou e Tsiartsiani, também nesta sexta-feira.
A liderança da chave terminou com Doppler e Gartmayer, que venceram os italianos Lione e Amore em partida preliminar. Com a derrota, os russos ficaram no terceiro lugar do grupo e esperam o final da rodada para saber se conseguirão terminar entre as duas melhores duplas na posição, que também avançam. Caso não consigam, os europeus vão encarar a repescagem, ainda nesta quinta-feira, na briga pelas duas vagas restantes na próxima fase.
O Brasil agora conta com suas quatro duplas classificadas. Ricardo e Emanuel avançaram invictos, assim como Renata e Talita. Já Ana Paula e Larissa perderam um dos três jogos da primeira fase, a exemplo de Márcio e Fábio Luiz.